quinta-feira, 12 de julho de 2012

Ventos tropicais

Não to querendo banalizar o amor.. ou talvez minha intenção seja mesmo essa. Porque não?
É que o colocam tão inalcançável, falam de amor como se fosse uma coisa impossível, como se fosse um sentimento que demorasse a surgir, como se fosse sério.
Pra mim, é totalmente o contrário! Amor é leve e por isso voa, ta em toda parte. É alegre, faz sorrir e da vontade de sair amando todo mundo.
Sinto isso principalmente em dias de sol, é que parece que quando ta frio, a gente só tem calor o suficiente pra si manter aquecido, não da pra sair distribuindo calor por ai. Agora.. quando eu abro os olhos pela manhã e vejo luz pelas frestas da janela, sou invadida por esse sentimento tão simples e tão presente nos lugares. Aprendi a perceber amor, captar e distribuir - quando não cabe no corpo é que a alma transborda.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Filho de Iemanjá

Devo pedir desculpas por toda paciência que eu não tenho e por não entender o tamanho da sorte que tenho.

Talvez seja a chuva, mas hoje foi apertado, nas horas e no coração.
Pedi pra minha mãe que trouxesse e quero é logo, trás a paz, enche meu coração, me desapressa..

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Falsa liberdade

Coitado do passarinho dentro da gaiola.. O pior é que ele sabe que pode voar, sabe da existência dos pássaros livres, sabe que a sua liberdade é impedida pelas grades, vê o sol, vê o céu, sabe onde é seu lugar, não pode voar pra onde quiser, não tem as rédeas.

Senti pena de mim, causa das lágrimas. Percebi que a lucidez é triste, e o quão sedutora é a ignorância..
Pedi ajuda aos orixás, tive a percepção do vazio que existe em vender meu tempo e o tamanho da inutilidade que é meu trabalho. Sendo um atalho, como todo os outros que existem espalhados por aí.
Por um momento não quis enxergar, não quis ter mão ou digital.

sábado, 31 de março de 2012

Luz

O que eu sinto é saudade de tudo que ainda não aconteceu na minha vida, é como se cada coisa boa que já tenha acontecido fosse uma prévia, e vai deixando só o gosto da plenitude que eu procuro.
Com um pouco mais de calma a cada dia, vou aceitando a parte que me cabe. Em meio ao caos da obrigação, existem os sorrisos, as gentilezas e as informações absorvidas, que acrescentam e dão força pra continuar..
Ninguém disse que seria fácil, as respostas são dadas a todo momento, é necessário olhos de enxergar. Já começou a jornada, e quando a gente tem ajuda o fardo fica mais leve, a lucidez se torna constante e o caminho fica mais bonito. 


terça-feira, 20 de março de 2012

Posso pedir?

Quero sair dessa cidade. Não quero mais usar calça jeans. Quero verão o ano inteiro, sol, praia.. 
Posso querer estar na estrada, indo pra algum lugar? Quero um cachorro também.
Posso pedir uma companhia? Uma boa companhia por favor! Quero querer ouvir quando começar a falar, quero carinho na cabeça, promessas sendo compridas. 

Já me desliguei daqui, e cada dia dentro de um escritório ou de um banco tem sido um parto. 
No próximo passo eu parto! E isso é uma promessa, fiz comigo e com o mar, disse que voltava e que seria de vez.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Sabor de sol

Reflito a cor do céu.. dia cinza, interior cinza, irradio em dias ensolarados, transbordo o azul do céu. 
Não seria exagero dizer que perco felicidade quando o verão acaba. Gosto de acordar com ele na janela, me convidando a sair, me chamando pra viver. 
Sobrou o gosto de sol na boca, de mar e cachoeira. Em paz, espero o próximo verão, sobrevivo ao outono.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A paz e a calma

Pé no mato, ouvidos atentos aos sons da floresta. Águas doces descendo pelas pedras, águas cristalinas salgadas oferecendo o mergulho pra refrescar.
Tucanos te despertando, cigarras cantando ao entardecer, os pássaros, o reino vegetal, as trilhas, as frutas frescas..
O maior milagre de Deus, diante dos meus olhos. A paz, na sua mais bela forma.
Senti a sorte, agradeci! Pedi pra que pudesse ficar, pedi pra voltar o mais rápido possível. Encontrei a resposta de onde seria meu lugar.
Sou de toda parte, sou do mar, sou da floresta, dos rios, das cachoeiras, pedras, areias. Sou uma parte do todo. 

domingo, 12 de fevereiro de 2012

O novo

Não sei exatamente quando foi que aconteceu.. talvez tenha sido pela manhã, acordar e começar a achar os erros, igual em um jogo. Ou então, meus olhos gradativamente tenham se aberto, junto com a mente e os braços. Só sei que de alguma forma eu comecei a perceber o espaço que existia a minha volta, mas que eu verdadeiramente nunca tinha visto.
Frações de céu, sorrisos falsos..
De repente, eu vi aqueles que deveríamos estar dividindo o espaço - esse espaço que exploramos sem sapiencia, em jaulas, pratos, caixas. Ensacados, reduzidos em sua importância, transformados em  produtos, limitados a servir o homem, como se o mesmo fosse dono de tudo - não é!
Depois, me vi sozinha, cercada por esse coletivo individual que chamam de sociedade. Sozinha.
Um a um os ciclos foram se fechando. Agora era só eu e a minha consciência - deslumbrada com a descoberta do que já se conhecia (ou quase isso). O fundo do que era raso.
O começo do encaixe das peças desse quebra-cabeças de incalculáveis pedaços.
Agora faltava o céu, engolido pelos prédios. O cheiro de chuva na terra, substituído pelo cheiro de asfalto molhado. O silêncio que os carros não respeitavam. Faltava o canto do passarinho fora da gaiola, o barulho de uma queda d'água, som de onda batendo na pedra, pé pisando em areia, sombra de árvore, oxigênio.
Esse espaço deixou de ser meu - mesmo nunca tendo sido, percebi. E antes de começar a me perguntar onde então estaria a felicidade, percebi também a fé. Não como uma válvula de escape, mas a solução para a aflição do não-pertencer.
Deus, com seu milagre da natureza e a sorte de poder contemplá-la, o caminho lindo dos encontros naturais e tudo que se faz novo durante o decorrer do dia, todos os dias.