domingo, 26 de fevereiro de 2012

Sabor de sol

Reflito a cor do céu.. dia cinza, interior cinza, irradio em dias ensolarados, transbordo o azul do céu. 
Não seria exagero dizer que perco felicidade quando o verão acaba. Gosto de acordar com ele na janela, me convidando a sair, me chamando pra viver. 
Sobrou o gosto de sol na boca, de mar e cachoeira. Em paz, espero o próximo verão, sobrevivo ao outono.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A paz e a calma

Pé no mato, ouvidos atentos aos sons da floresta. Águas doces descendo pelas pedras, águas cristalinas salgadas oferecendo o mergulho pra refrescar.
Tucanos te despertando, cigarras cantando ao entardecer, os pássaros, o reino vegetal, as trilhas, as frutas frescas..
O maior milagre de Deus, diante dos meus olhos. A paz, na sua mais bela forma.
Senti a sorte, agradeci! Pedi pra que pudesse ficar, pedi pra voltar o mais rápido possível. Encontrei a resposta de onde seria meu lugar.
Sou de toda parte, sou do mar, sou da floresta, dos rios, das cachoeiras, pedras, areias. Sou uma parte do todo. 

domingo, 12 de fevereiro de 2012

O novo

Não sei exatamente quando foi que aconteceu.. talvez tenha sido pela manhã, acordar e começar a achar os erros, igual em um jogo. Ou então, meus olhos gradativamente tenham se aberto, junto com a mente e os braços. Só sei que de alguma forma eu comecei a perceber o espaço que existia a minha volta, mas que eu verdadeiramente nunca tinha visto.
Frações de céu, sorrisos falsos..
De repente, eu vi aqueles que deveríamos estar dividindo o espaço - esse espaço que exploramos sem sapiencia, em jaulas, pratos, caixas. Ensacados, reduzidos em sua importância, transformados em  produtos, limitados a servir o homem, como se o mesmo fosse dono de tudo - não é!
Depois, me vi sozinha, cercada por esse coletivo individual que chamam de sociedade. Sozinha.
Um a um os ciclos foram se fechando. Agora era só eu e a minha consciência - deslumbrada com a descoberta do que já se conhecia (ou quase isso). O fundo do que era raso.
O começo do encaixe das peças desse quebra-cabeças de incalculáveis pedaços.
Agora faltava o céu, engolido pelos prédios. O cheiro de chuva na terra, substituído pelo cheiro de asfalto molhado. O silêncio que os carros não respeitavam. Faltava o canto do passarinho fora da gaiola, o barulho de uma queda d'água, som de onda batendo na pedra, pé pisando em areia, sombra de árvore, oxigênio.
Esse espaço deixou de ser meu - mesmo nunca tendo sido, percebi. E antes de começar a me perguntar onde então estaria a felicidade, percebi também a fé. Não como uma válvula de escape, mas a solução para a aflição do não-pertencer.
Deus, com seu milagre da natureza e a sorte de poder contemplá-la, o caminho lindo dos encontros naturais e tudo que se faz novo durante o decorrer do dia, todos os dias.